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Blog do Armando Anache e "A luta de um repórter ..." http://aaanache.googlepages.com/home

"Tudo o que é verdade merece ser publicado, doa a quem doer" (Armando Anache) "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto" (Rui Barbosa) "Se pudesse decidir se devemos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, eu não vacilaria um instante em preferir o último" (Thomas Jefferson)

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Local: Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brazil

Jornalista (MTb 15083/93/39/RJ) formado pela PUC-RJ em 1987 e radialista (MTb 091/MS)- Produtor de programas de rádio e repórter desde 1975; cursou engenharia eletrônica na UGF (Universidade Gama Filho, RJ) em 1978; formado pelo CPOR-RJ (Centro de Preparação de Oficias da Reserva), 1979, é oficial R/2 da reserva da arma de Engenharia do Exército; fundador e monitor da rádio PUC-RJ, 1983; repórter e editor do Sistema Globo de Rádio no Rio de Janeiro (1985 a 1987); coordenador de jornalismo do Sistema Globo de Rádio no Nordeste, Recife, PE(1988/1989);repórter da rádio Clube de Corumbá, MS (1975 a 2000); correspondente, em emissoras afiliadas no Pantanal, da rádio Voz da América (Voice Of America), de Washington, DC; repórter da rádio Independente de Aquidauana, MS (www.pantanalnews.com.br/radioindependente), desde 1985; editor do site Pantanal News (www.pantanalnews.com.br) e CPN (Central Pantaneira de Notícias), desde 1998; no blog desde 15 de junho de 2005. E-mails: armando@pantanalnews.com.br ; armandoaanache@yahoo.com

quinta-feira, julho 31, 2008

Estou no Portal Pantanal News

Caros leitores,
Desde o dia 16 de julho, uma quarta-feira, trabalho na edição do Portal Pantanal News.
Reformulado, quando comemora 10 anos na internet (1998-2008), o Portal Pantanal News está muito mais bonito; tem muitas novidades e novas seções e atrações.
O link ativo para o blog do Armando Anache está lá. Em breve, teremos novos colegas, escrevendo em outros blogs.
Devido ao intenso trabalho, tanto na apuração/reportagem e redação, quanto na área de desenvolvimento do Portal Pantanal News, com nossa equipe de webdesigners, estou um pouco atrasado com as postagens, aqui no blog.
Conto com a sua compreensão e apoio, caro(a) leitor(a).
Que tal acessar, agora mesmo, o novo Portal Pantanal News?
Obrigado.

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segunda-feira, julho 28, 2008

Odilon faz propaganda eleitoral em veículos

Fotos: Reinaldo Bezerra/Pantanal News
No Centro de Aquidauana, veículo estacionado tem o adesivo dos candidatos do PDT a prefeito e vice, Odilon e Auracélia

O candidato a prefeito de Aquidauana, Odilon Ribeiro (PDT), foi o primeiro a usar adesivos em veículos de eleitores do município, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande.

No Centro e nos bairros podem ser vistos muitos desses adesivos com propaganda eleitoral, liberada desde o dia 6 de julho, um domingo.
A coligação "Aquidauana com a força do povo" tem os candidatos a prefeito e vice do mesmo partido, o PDT. São Odilon Ribeiro e a médica cardiologista Auracélia Barbero.

Fauzi começa a propaganda eleitoral em carros

Fotos: Reinaldo Bezerra/Pantanal News
O candidato a prefeito de Aquidauana, Fauzi Suleiman (PMDB), começa a receber apoio dos eleitores que possuem carros.
Começam a circular pela cidade os primeiros veículos com adesivos de propaganda eleitoral colados nos vidros.
A propaganda eleitoral está liberada desde o dia 6 de julho, um domingo.

No entanto, somente neste fim de semana começaram a ser vistos, circulando pelo Centro e bairros, os primeiros veículos com adesivos do candidato do PMDB de Aquidauana e da coligação "Aquidauana tem futuro".
A chapa une o PMDB, com o candidato a prefeito Fauzi Suleiman e para vice o vereador do PSDB, Vanildo Neves.

sexta-feira, julho 25, 2008

Grupo de Estudos vai rever lei que regulamenta profissão de jornalista

O blog publica notícia recebida do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro:














O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, instituiu hoje um grupo de estudos para propor mudanças na legislação que regulamenta a profissão de jornalista. O grupo será constituído por três representantes do Ministério do Trabalho e três de cada entidade representantiva dos empregados e patrões, que terão 90 dias para elaborar e apresentar um relatório final. O grupo de estudos foi criado pela Portaria 342, publicada no Diário Oficial desta sexta-feira, dia 25.

Há exatamente dois anos, no dia 27 de julho, o presidente Lula vetou projeto de lei aprovado pelo Congresso, relacionado com a regulamentação da profissão de jornalista, e sugeriu a formação de um grupo de estudos para propor mudanças na legislação específica.

Diante da iminência da votação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Recurso Extraordinário que contesta a exigência do diploma para jornalista, o ministro Carlos Lupi, a pedido da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e dos sindicatos da categoria, tomou a iniciativa de instituir o grupo de estudos que o presidente da República sugeriu em 2006, na gestão do então ministro Luiz Marinho.

A LUTA PELO DIPLOMA


A luta pela obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, defendida pela Fenaj e 31 sindicatos, está na Justiça. Uma liminar favorece a concessão de registros precários e, agora, o assunto entrou em pauta do Supremo Tribunal Federal. O julgamento pode acontecer a qualquer momento, mas é provável que seja após o fim do recesso do meio do ano.

Por esse motivo, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e os Sindicatos da categoria de todo o Brasil preparam ampla campanha para consolidar a exigência do diploma em Jornalismo, mobilizar a categoria, sensibilizar os ministros e conquistar apoios na sociedade.

Histórico da Luta pelo Diploma

17 de outubro de 2001 – Na 16ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo, é contestada a exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão.

23 de outubro de 2001 – Liminar da juíza federal substituta Carla Abrantkoski Rister, da 16ª Vara Cível da Justiça Federal, 3ª Região, em São Paulo, suspende a obrigatoriedade da exigência do diploma de jornalismo para a obtenção do registro profissional.

22 de novembro de 2001 – Como terceiros interessados e assim reconhecidos pela Justiça, a Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo entram com pedido de agravo de instrumento com efeito suspensivo contra a liminar concedida pela juíza substituta Carla Rister.

10 de janeiro de 2003 – Decorridos 15 meses, sentença em primeira instância da juíza federal substituta Carla Rister confirma liminar concedida por ela, dispensando a exigência do diploma para o exercício profissional de jornalista.

21 de julho de 2003 – A Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo encaminham novo recurso, agora, contra a sentença de primeira instância da juíza federal Carla Rister.

23 de julho de 2003 – A desembargadora federal Alda Basto do TRF – 3ª Região (Turma de Férias) acata apelação da Fenaj e do Sindicato de Jornalistas de São Paulo e suspende sentença de primeira instância da juíza substituta Carla Rister, que dispensava a exigência do Diploma para o exercício da profissão.

2 de dezembro de 2003 – O juiz federal convocado Manoel Álvares reconsidera decisão da desembargadora Alda Basto e confirma a sentença de primeira instância da juíza substituta Carla Rister.

26 de outubro de 2005 – Em decisão histórica da 4ª turma do Tribunal Regional Federal - 3ª Região, o juiz Manoel Álvares (relator) e as desembargadoras Salete Nascimento e Alda Basto reafirmaram, em seus votos, toda a argumentação da Fenaj e dos Sindicatos, deixando claro que não há contradição legal entre o princípio da liberdade de expressão e a exigência do diploma.

9 de outubro de 2006 – O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal), a concessão de liminar suspendendo a decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, que restabeleceu a apresentação do diploma de curso superior de jornalismo para obtenção do registro profissional de jornalista.

17 de novembro de 2006 – O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deferiu Ação Cautelar que mantém a validade dos registros precários, derrubando a liminarmente a decisão do TRF 3ª Região de São Paulo, que havia reconhecido a necessidade da formação e qualificação para o exercício profissional em Jornalismo.

É importante esclarecer que esta liminar concedida, assim como o julgamento para referendá-la, pela Segunda Turma do STF, ainda não se referem ao mérito do processo, que teve início em 17 de outubro de 2001 na Justiça Federal de São Paulo. A liminar à Ação Cautelar concedida pelo ministro Gilmar também não foi julgada pela Segunda Turma do STF.

quarta-feira, julho 23, 2008

Dicas para debates eleitorais no Rádio e na TV

O blog recebe e publica dicas do Ex-blog do prefeito do Rio, Cesar Maia:

Debates eleitorais! Algumas dicas!

1. O debate eleitoral na TV e Rádio têm dinâmicas diferentes. Na TV o que vale é a imagem. Voz escandida, tranqüila, sorriso-Reagan (clique duas vezes no final desta nota e lembre-se de Reagan o político que melhor usou a TV). Num debate de 1 hora e meia entre 4 candidatos - incluindo o tempo ocupado pelo locutor-coordenador- cada um fala uns 15 minutos e assim mesmo de forma fatiada. Na rádio a audiência mais importante é a cobertura da imprensa no dia seguinte. Portanto fatos novos ou pegadas firmes serão mais importantes se ganharem os jornais na cobertura.

2. Na TV o importante é a imagem nunca ser derrotada, independente de perguntas e respostas. Desmontar a imagem dos outros na telinha (deixá-los nervosos, irritados) e manter a sua é que é o básico. Mesmo se você for atingido, mantenha a imagem como se você estivesse tranqüilo e superior. A câmera só estará em você quando você falar. Você tem tempo para se programar.

3. Em qualquer debate, quem pergunta deve estar na verdade perguntando a si mesmo. O outro é apenas a escada para a pergunta voltar a você. Quem responde tem a vantagem de falar por último. Essa sua última fala deve ser bem pensada, mesmo que saindo do tema, e lançando -com tranqüilidade- ao outro o desconhecimento e despreparo. Nunca podem subir a ofensas, pois dão direito de resposta. Uma afirmação tranqüila e incisiva vale muito mais. Não se esqueça do sorriso-Reagan.

4. Duda Mendonça em seu blog diz assim:

a) O que fica de um debate para o público é muitas vezes, uma frase de efeito, uma formulação clara e feliz, uma jogada desconcertante, uma postura precisa, uma atitude, um gesto. Aliás, o gesto é de fundamental importância. Um debate é primordialmente algo teatral. TV não é para se gritar como em comício. Na TV se conversa, argumenta, se convence. Você está muito próximo do telespectador, talvez a um metro de sua cama.

b) Evitar extrapolar o tempo das respostas, para não ser cortado pelo apresentador. O descontrole do tempo é visto como despreparo por alguns eleitores. Na TV, expressão conta muito, muito mesmo. Já entre com cara de vencedor. O visual conta muito. Peça a seus assessores que façam durante o treino as 10 perguntas que você não gostaria que lhe fizessem de forma alguma.

c) O público espera um candidato sincero, verdadeiro e equilibrado. Quem só ataca perde simpatia. O que mais conta no debate é o carisma, a sinceridade, o preparo e a capacidade de comunicação de cada um.

http://youtube.com/watch?v=V8deEp4WT7A&feature=related
http://youtube.com/watch?v=dpOgYbr234Q

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terça-feira, julho 22, 2008

Justiça Eleitoral mantém coligação do PT de Aquidauana

A coligação do PT (Partido dos Trabalhadores) com o PSDB, PMDB, DEM, PRB, PP e PC do B foi mantida pela Justiça Eleitoral de Aquidauana, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande.
A Direção Nacional do PT, em Brasília, acionada por dois integrantes de Aquidauana - que denunciaram irregularidades na coligação, principalmente com o PSDB e DEM - enviou um documento para a 10ª Zona Eleitoral de Aquidauana, desautorizando a coligação.
O Ministério Público Eleitoral, por meio do promotor Eduardo Cândia, manifestou-se favorável à decisão do Diretório Nacional do PT.
O juiz eleitoral, Aldo Ferreira da Silva Júnior, teve entendimento contrário. Na sua sentença, com data de 21 de julho e divulgada e afixada hoje, às 18h30, no mural do Cartório Eleitoral de Aquidauana, ele faz a defesa do seu ponto de vista e decide que "...por tais razões, e mais do que consta nos autos, contra o parecer [do Ministério Público Eleitoral], julgo regular os atos partidários da Coligação "Aquidauana tem futuro", inclusive da composição do PT a coligação majoritária às eleições municipais de 2008, com os partidos PMDB, PSDB, DEM, PRB, PP e PC do B, determinando, em conseqüência, o respectivo registro."
No edital de intimação de sentença nº 111/2008, o juiz eleitoral de Aquidauana, Aldo Ferreira da Silva Júnior, cita que as decisões partidárias são questões "interna corporis" - conforme este blogueiro já comentara no Programa Armando Anache, na rádio Independente, das 8 horas ao meio-dia -, que devem ser solucionadas, portanto, no âmbito do partido político e dos seus filiados.
O blog foi informado às 13h46 de hoje, da sentença do juiz eleitoral, mas não havia, ainda, naquele momento, a confirmação. Por isso, este blogueiro optou por esperar a publicação oficial, no Cartório Eleitoral.
O leitor do blog ouvirá, amanhã (23), todos os detalhes e o inteiro teor da sentença do juiz eleitoral de Aquidauana, Aldo Ferreira da Silva Júnior, na rádio Independente AM, 1.020kHz.
Ouça no seu rádio e pela internet, nos programas "Rancho Alegre", das 6h05 às 7 horas; e "Armando Anache", das 8 horas a0 meio-dia.

segunda-feira, julho 21, 2008

Artigo: ELZP e a onda separatista Latino-Americana

O blog recebe e publica o artigo do coronel Hiram Reis e Silva:

ELZP e a onda separatista Latino-Americana

Hiram Reis e Silva (*), Porto Alegre, RS, 17 de julho de 2008

“... as mais justas aspirações do povo, plantadas as mais imperiosas necessidades sociais, e propostas as mais importantes reformas econômicas e políticas, sem cuja implantação o país passaria inevitavelmente ao abismo, deprimiria-se no caos da ignorância, da miséria e da escravidão.” (Programa Ayala)

Emiliano Zapata

Importante líder da ‘Revolução Mexicana de 1910’, considerado um dos heróis nacionais mexicanos, Zapata serve de inspiração para o movimento zapatista.

Emiliano Zapata, camponês mestiço, filho de Cleofas Salazar e Gabriel Zapata, nasceu em 8 de agosto de 1879, no estado mexicano de Morelos, vilarejo de San Miguel Anenecuilco, atual Ciudade Ayala, numa época em que o México era governado por Porfírio Díaz. A família Zapata havia apoiado Díaz, quando este lutava para libertar o México do domínio dos franceses e do imperador Maximiliano (1864-1867). Em 1876, Díaz, proclamou-se presidente, mantendo-se no cargo até 1880. A partir de 1884, foi reeleito presidente, seis vezes consecutivas, estabelecendo uma ditadura favorável aos interesses dos grandes proprietários rurais.

Zapata, por volta dos 30 anos, ocupou uma das chefias do vilarejo onde nascera, intercedendo nos numerosos conflitos entre seus habitantes e os fazendeiros que procuravam tomar posse das terras dos camponeses. Por muitos anos Zapata defendeu os direitos dos moradores através da recuperação de antigos títulos de propriedade. Revoltado com a prepotência dos latifundiários, e com a ditadura de Diaz, declarou, publicamente, seu desejo de promover uma reforma agrária. Após o manifesto, o governou mandou encarcerá-lo. Em liberdade organizou, sob o lema ‘Terra e Liberdade’, um grupo de camponeses e indígenas do sul passando a promover ações de guerrilha, ocupando e repartindo as terras. Uniu-se a Pancho Villa, líder dos camponeses do norte, que combatia o Exército Federal e os grandes proprietários.

Díaz, nessa época, estava preocupado com a candidatura de Francisco Madero, líder do movimento que se opunha à sua reeleição. Díaz prende Madero e, como único candidato, é considerado eleito. Madero foge da prisão e vai para os EUA de onde conclama o povo à rebelião, prometendo reforma eleitoral e agrária de acordo com o ‘Programa de São Luis de Potosí’ redigido, por ele, no exílio. Zapata se alia a Madero e, em 1910, comanda como ‘general’ o ‘Ejército Libertador del Sur’, formado em Morelos.

A ‘Revolução Mexicana de 1910’, derruba Díaz e promove ascensão de Madero que, eleito presidente, resolve dissolver o exército revolucionário. Zapata recusa-se a desarmar seus homens e exige a reforma agrária, prometida no Programa de São Luis de Potosí e negada por Madero.

“A fatal ruptura do Programa de São Luis de Potosí motivou e justificou nossa rebeldia contra aquele que invalidou todos os compromissos e defraudou todas as esperanças ... combatemos Francisco Madero, combateremos outros cuja administração não tenha por base os princípios pelos quais temos lutado.
(Emiliano Zapata)

Em novembro de 1911, Zapata anuncia o ‘Programa de Ayala’ propondo a derrubada de Madero e reforma agrária sob o controle das comunidades camponesas. Em fevereiro de 1913, enquanto a luta prossegue, o general Victoriano Huerta assassina Madero.

O governo de Huerta é um retorno ao porfirismo (Porfírio Díaz). Venustiano Carranza, líder do Exército Constitucionalista, não reconheceu o novo governo e se mobilizou contra Huerta, contando com o apoio de Villa e Zapata. Carranza assume a presidência e, novamente, hesita em aceitar as propostas camponesas. Em fevereiro de 1917, é promulgada a Constituição com as transformações idealizadas no Programa de Ayala, os preceitos Constitucionais, no entanto, são ignorados pelo governo. Em 1919 Zapata é assassinado a mando de Carranza.

Chiapas

Estado mexicano, cuja capital é Tuxtla Gutiérrez, que faz fronteira com a Guatemala, país a que pertenceu até 1824. As principais atividades econômicas são a cafeicultura, o artesanato e o turismo. A população de Chiapas é formada por 3,6 milhões de habitantes, sendo mais de 1 milhão de indígenas descendentes dos maias que, em sua maioria, não falam o espanhol.

Causas da rebelião em Chiapas

Vamos procurar resumir uma análise feita pelo sociólogo e crítico mexicano Pablo González Casanova a respeito das oito ‘Causas da rebelião em Chiapas’:

1. Herança Rebelde: os maias representam, na história da humanidade, um dos povos que mais resistiram à conquista espanhola e, o fato de se rebelarem de novo, atende a um chamamento ancestral. Na sua memória está presente a figura de Juan López, homem invencível vindo do céu, que lutou contra o exército em eras passadas e prometeu regressar para ajudar os índios em suas batalhas.

2. Crise da fazenda tradicional: a crise dos latifúndios cafeeiros dos anos 30, das fazendas de gado nos anos 50, provocou a dispensa dos serviços dos trabalhadores que se refugiavam em regiões remotas. Em meados dos anos 70, na Selva, peões de todas as origens formam uma identidade de etnias oprimidas, que ganhou corpo nos anos 80 por meio da Associação Rural de Interesse Coletivo União de Uniões (ARIC U de U), e culminou com um processo de integração das organizações de etnias e de trabalhadores.

3. Ação pastoral: após o Concílio Vaticano II e da Conferência Episcopal de Medellín, deu-se início a uma renovação pastoral expressa na Teologia da Libertação. A ação pastoral desse movimento iniciou nos anos 60 e os párocos e catequistas se dedicaram a ensinar aos índios novas formas de organização para o trabalho coletivo, a discussão fraternal e a tomada de decisões.

4. Estudantes de 1968: depois de 1968, alguns líderes estudantis ajudaram a formar movimentos camponeses. Na sua ideologia havia um elemento comum: “lutar por uma democracia em que o povo trabalhador e explorado tomasse as decisões por si mesmo, e pelo fim do sistema repressivo, autoritário e excludente vigente no México”. Em meados dos anos 70, começaram a chegar em Chiapas e integraram-se nas organizações populares, “ajudando-as a organizarem-se e a adquirirem uma maior consciência para levar adiante suas lutas”.

5. Menos terras para os mais pobres: em 1971, um decreto presidencial, entrega metade da Selva aos lacandones, uma etnia quase extinta. Com o pretexto de preservar alguns que restavam, pretendeu-se arrebatar as terras de tzeltales, tzotziles, choles, tojolobales e zoques, que as habitavam há quase três décadas, acusando-os de ‘usurpadores’. Havia, na verdade, um grande conluio de políticos e madeireiros que usaram como fachada a Companhia Florestal Lacandona S. A. que se apressou em firmar um contrato com os lacandones, ‘legítimos donos’ da terra, adquirindo o monopólio de extrair madeira da região. A terra em Chiapas, principal fonte de sustento das populações mais pobres, tornou-se cada vez mais escassa.

6. A politização dos povos indígenas: por volta de 1982, dentro do Partido Socialista Unificado do México, os tojolobales lutaram pela presidência municipal. Ao perderem-na, ‘perderam a esperança’, segundo se dizia. Em 1974, os índios de San Juan Chamula tomaram a presidência municipal como protesto ante a fraude eleitoral cometida pelo PRI. Dias depois, foram desalojados pelo Exército. A partir de então, o governo local deu início a uma perseguição a milhares de chamulas, acusando-os de serem protestantes. Os expulsos ficaram sem casa e sem terra. Hoje, mais de vinte mil deles vivem nos arredores de San Cristóbal. Estão na miséria. Os políticos exercem em Chamula uma ditadura autônoma e brutal, justificando-a no respeito a seus ‘costumes’.

7. A violência e a lei: no regime racista e oligárquico vigente em Chiapas, a violência institucional é a lei. Sem risco de nenhum tipo de punição, seja na terra, no trabalho ou na política, aquele que detém o poder tem a possibilidade de violar a lei, seja esta agrária, trabalhista ou eleitoral. Diferente do que ocorre com aqueles que são indígenas, mestiços pobres, camponeses, trabalhadores e até empregados, que a qualquer momento podem ser submetidos a falsas acusações e serem-lhes aplicados todos os tipos imagináveis de pena.

8. A violência negociada com perdas e danos: desde o início da existência do terror internalizado que se empreende uma luta para superá-lo. Com decisão, frieza e fraternidade, às vezes, consegue-se dar um primeiro passo nesse sentido. Surgem tentativas de se levar adiante uma luta unida, associada, com tramas e vínculos que se ampliam em uniões de sem-terras, em centrais camponesas, em sindicatos. Nestes, luta-se contra a cooptação, a corrupção de líderes e parentes, levando-se a um endurecimento persistente em que se expressam as correntes políticas do México moderno e as posições revolucionárias mais variadas. Numa revolução, a única possibilidade de vitória é que ela se transforme em uma grande luta política e social, capaz de modificar as correlações do poder e o mercado no sentido de um projeto local, nacional e eventualmente global.

Subcomandante Marcos

Rafael Sebastián Guillén Vicente nasceu em 19 de julho de 1957, na cidade de Tampico, capital da província de Tamaupilas, fronteira nordeste do México com os Estados Unidos. Filho de imigrantes espanhóis, proprietários de lojas de móveis, é o quarto entre oito irmãos. Matriculou-se em 1977 na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), capital mexicana, onde se destacou como aluno brilhante, obtendo licenciatura em Filosofia e Letras, em 1980, com a tese “Filosofia e educação: práticas discursivas e práticas ideológicas em livros de escola primária”. Em 1979, iniciou sua carreira docente com aulas de estética da imagem na Universidad Autónoma Metropolitana e logo em seguida se uniu aos zapatistas.

Exército Zapatista de Libertação Nacional - EZLN

Em janeiro de 1993, em Prado, é fundado o Partido das Forças de Libertação Nacional (PFLN), sendo aprovada a posição defendida pelo subcomandante Marcos de iniciar uma Guerra de Libertação no México. O objetivo militar é derrotar o Exército Mexicano e chegar até a Cidade do México. Os objetivos citados na sua declaração de princípios são:

Encabeçar a luta revolucionária do povo trabalhador para a arrancar o poder da burguesia, libertar o país da dominação estrangeira e instalar a ditadura do proletariado que impeça a contra-revolução e inicie a construção do socialismo”.

Recorrer, como forma principal, à luta político-militar, combinando-a com outras formas de ação política. Conta para isto com o EZLN que jamais haverá de claudicar no México”.

O EZLN, durante mais de dez anos, havia se preparado para a luta armada nas montanhas e nas florestas de Chiapas. Em 1º de janeiro de 1994, o grupo é apresentado ao mundo, quando tomam San Cristóbal de las Casas, Ocosingo, Chanaal, Altamirano e Las Margaritas. Nesse mesmo dia, o EZLN ataca o quartel de Rancho Nuevo, comandado pelo general Garrido e invade os sistemas prisionais da região conflagrada, libertando todos os prisioneiros, a maioria índios. Além das prisões, as prefeituras, prédios públicos, bancos, sedes de algumas empresas importantes e rádios foram os primeiros locais a serem tomados.

Anos de enfrentamento com as Forças Armadas Mexicanas fizeram os Zapatistas mudar o tom agressivo de seu discurso desde 1993, e, em dezembro de 2007, por ocasião do Colóquio Internacional realizado em San Cristóbal de las Casas, Chiapas, se dirigem ao povo do México e aos povos do mundo, relembrando que: “Desde 10 de janeiro de 1994, o EZLN se comprometeu com a sociedade civil mexicana a que, de maneira unilateral, frearia qualquer atividade bélica. Quatorze anos após essa decisão, o EZLN, apesar da presença hostil do exército federal mexicano, que tanto dano tem feito à vida das comunidades indígenas chiapanecas; apesar da formação de grupos paramilitares; apesar do massacre de Acteal; apesar de tudo, tem honrado sua palavra. Neste tempo, colocando em prática o mandar obedecendo, construiu uma das experiências mais esperançosas do mundo: as juntas de bom governo, as quais conseguiram melhorar o nível de vida das bases de apoio zapatistas e realizar o exercício de governo que já é um fardo na luta pela emancipação humana, seu exemplo de luta pacífica é universal”.

Os Zapatistas, ao contrário da nossa ‘esquerda escocesa’, chegaram à conclusão de que as demandas da Velha Esquerda eram demasiado estreitas, por enfatizarem quase que somente os problemas do proletariado industrial urbano e que a luta armada não é o único caminho para as pretendidas reformas. Os zapatistas consideram, hoje, que a luta pelos direitos de cada grupo é igualmente importante, e é preciso travá-la em todas as frentes simultaneamente. Eles também professam que os próprios movimentos precisam ser internamente democráticos. O lema é ‘mandar obedecendo’, que poderia ser explicado por “comandar obedecendo às vozes e desejos dos liderados”.

(*) Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Rua Dona Eugênia, 1227

Petrópolis - Porto Alegre - RS - 90630 150

Telefone:- (51) 3331 6265

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

sábado, julho 19, 2008

Como o eleitor decide o voto?

Do Ex-blog do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia:

Como o eleitor decide o voto?

1. A decisão de voto não é uma simples reação do eleitor à comunicação dos candidatos, apoiada nas prioridades ditadas pelas pesquisas. Muitas vezes temas que as pesquisas apontam como relevantes não estão na equação do eleitor de decisão de voto. Se fosse tão simples, candidatos com o mesmo tempo de TV, com publicitários competentes, abordando os mesmos temas, terminariam empatados.

2. O primeiro nó do diagrama que o eleitor ultrapassa é separar entre os candidatos aqueles que acha que pode confiar. Os demais podem ter o tempo de TV que tiverem, e os publicitários mais competentes, que estarão -para este eleitor- fora do jogo. Depois o eleitor fecha sua atenção nesses e avalia o que será melhor para ele, seu bairro e sua cidade.

3. O ponto chave é menos a comunicação direta com os eleitores e mais a comunicação que faz -que será sempre parcial- ter o poder virótico de produzir fluxos de opinião de quem se convenceu, em direção aos demais - entorno de eleitor convencido a entorno de eleitor convencido.

4. Por isso a imagem, e os compromissos dos candidatos devem ser formulados e comunicados, de maneira a que o eleitor receptivo, o repasse e multiplique. É assim que a opinião publica em torno de uma candidatura se formará. As pesquisas são fundamentais: desde que bem usadas. De outra forma não servem para nada e é melhor ver na TV e ler nos jornais, pois se economiza dinheiro.

5. A internet pode ser um veiculo de deflagração e impulsão. Mas se mal usada, estressa e produz o movimento ao contrário. É como se o candidato fosse um chato. Portanto sempre é bom consultar quem entende desse veiculo, e ler alguma coisa de marketing de guerrilha e em especial dos pontos com potencial virótico.

6. Finalmente é bom lembrar que quase não existe eleitor definitivamente decidido. Ou melhor, que esses talvez passem um pouco dos 5%. Sempre haverá tempo para crescer. A eleição -como dizia o Chacrinha: "acaba quando termina".

sexta-feira, julho 18, 2008

Estenotipia agiliza a Vara Criminal de Aquidauana

Fotos: Reinaldo Bezerra/Pantanal News
Juiz da 1ª Vara Criminal de Aquidauana, Aldo Ferreira da Silva Júnior, antes do início de uma audiência; ao seu lado, a mesa de áudio que recebe o som dos microfones e o computador, onde tudo é gravado

A 1ª Vara Criminal de Aquidauana, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande, conta com a estenotipia nas suas audiências.
"Ela corresponde a uma gravação de todo o conteúdo das audiências - de instrução e julgamento -, da Comarca, principalmente na Vara Criminal, onde são transferidos todos os arquivos em áudio, via internet, para uma empresa em São Paulo e, no máximo em 72 horas, são degravados [a audiência, gravada, é transcrita para o papel] e, assim, podemos retirar os conteúdos de uma forma mais ágil", diz o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior.

Os microfones instalados na sala de audiências possibilitam a gravação de tudo o que é falado pela defensora pública Maritza Brandão Vaz (à esq.), o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior e o promotor Antenor Ferreira de Rezende Neto (à dir.); o conciliador Teodoro Nepomuceno Neto (com camisa azul) opera a mesa de áudio e o computador

Com o novo sistema, implantado recentemente na 1ª vara Criminal de Aquidauana, são feitas cerca de 20 audiências numa tarde. "Antes, fazíamos cinco ou sete audiências aqui na Vara Criminal; ganhamos mais agilidade, pois todo o conteúdo - interrogatórios, oitivas das testemunhas - não é mais datilografado; tudo é gravado em áudio, por meio do sistema de estenotipia e, no máximo em 72 horas, temos todo o conteúdo reduzido a termos", explica o juiz da 1ª Vara Criminal de Aquidauana, Aldo Ferreira da Silva Júnior.
"Nesse novo sistema, não é preciso a repetição de perguntas, durante a audiência; a primeira pergunta, feita pela parte ou pelo juiz, é gravada; o que observo, nesse projeto piloto e nas primeiras audiências, é que, em comparação com o sistema antigo, alguns advogados pedem ao juiz para que seja repetido parte do depoimento, para que não deixe de ser consignado na ata; e quanto a isso não teremos mais problemas pois, uma vez falada alguma coisa pelo advogado, pelo promotor, pela Defensoria Pública ou, mesmo, na coleta das provas, por meio dos depoimentos das testemunhas ou dos réus, tudo fica gravado no sistema e não tem mais como haver alguma modificação", explica o juiz.

O conciliador Teodoro Nepomuceno Neto (à esq.) ajusta os níveis de gravação, antes da audiência; os microfones captam tudo o que é falado pelo juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior e pelo promotor Antenor Ferreira de Rezende Neto (à dir.)

Aldo Ferreira da Silva Júnior diz que todo esse novo sistema é garantido com a segurança da criptografia. "Para quem não sabe, ela garante o embaralhamento de dados, onde não há condições de uma pessoa manipular os dados ou o aúdio; é o sistema mais seguro para o Poder Judiciário e, também, para as próprias partes", diz o juiz da Vara Criminal de Aquidauana.
A estenotipia é usada, atualmente, em Ponta Porã, Três Lagoas, Cassilândia e em algumas Varas de Campo Grande.

quarta-feira, julho 16, 2008

Candidato Odilon tem mais bens que Fauzi

O candidato a prefeito de Aquidauana, Odilon Ribeiro (PDT), declarou à Justiça Eleitoral que possui um patrimônio de R$2.746.480,37.
Fauzi Suleiman (PMDB) informa possuir apenas R$50.000,00. São 47,7% das cotas da empresa Casa Branca Comércio de Roupas Feitas e Calçados Limitada, avaliadas em R$10 mil; e um veículo Volks Crosso Fox, ano 2005, avaliado em 40 mil reais.

terça-feira, julho 15, 2008

Em meio à crise entre Poderes, Lula se reúne com Gilmar Mendes

Notícia de Renata Giraldi, da Folha Online, em Brasília:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta terça-feira com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, para discutir eventuais reformas das instituições.

O encontro ocorre no momento em que Gilmar e o ministro Tarso Genro (Justiça) divergem sobre as ações relativas à Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Ontem, Lula reuniu seis ministros e tratou boa parte do encontro exclusivamente sobre os detalhes da operação. Na reunião, Tarso fez um relato minucioso sobre a Operação Satiagraha.

Para ler a notícia completa, na Folha Online, clique AQUI

Vice-presidente do PT aguarda parecer do MP

Conversei, há pouco, com o vice-presidente do diretório regional do PT (Partido dos Trabalhadores) do Mato Grosso do Sul.
Direto de Campo Grande, por meio do telefone celular, o ex-vereador de Aquidauana, Ordalino Cunha, informa que aguarda o posicionamento oficial do Ministério Público Eleitoral, Eduardo Cândia.
Trata-se do documento, enviado pela direção nacional do PT, de Brasília para Aquidauana, na sexta-feira (11), no qual é solicitada a anulação da coligação feita pelo partido com o PSDB e DEM.
O PT de Aquidauana, 135 quilômetros a oeste de Campo Grande, apóia o candidato do PMDB à prefeitura, empresário Fauzi Suleiman, que tem como candidato a vice-prefeito o vereador tucano Vanildo Neves, irmão do deputado federal Valdir Neves (PSDB-MS).
No Ministério Público Eleitoral de Aquidauana, a informação é que a documentação, recebida de Brasília, via fax, ainda é analisada pelo promotor Eduardo Cândia. Depois do seu parecer, ela será enviada ao juiz da 10ª Zona Eleitoral, Aldo Ferreira da Silva Júnior.

"Julga-se o juiz, não mais o fato", diz Sanctis

Notícia de Lilian Christofoletti, da Folha de S. Paulo:

O juiz federal Fausto Martin De Sanctis afirmou ontem que a atitude do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que, em menos de dois dias, cassou duas ordens de prisão decretadas contra o banqueiro Daniel Dantas, é a "gota d'água" do Judiciário brasileiro.

Sanctis, que participou de um ato de desagravo promovido ontem por juízes, promotores e procuradores, disse que os magistrados estão se sentindo desprestigiados e acuados.

"Freqüentemente somos ameaçados por decisões judiciais comuns. Por isso acredito que esse movimento [de desagravo] representa um grito da magistratura, é a gota d'água. Hoje em dia não se julga mais o fato, julga-se o juiz. O fato concreto é o que menos importa."

Sobre o manifesto pró-Gilmar Mendes, que também ocorreu ontem à tarde, afirmou que o apoio não é imparcial, é promovido por advogados criminalistas que são bem pagos para fazer a defesa dos clientes.

"A imprensa deve fazer também papel de filtro. Acusação e defesa são partes. A manifestação das partes tem um interesse sempre. Não querendo desmerecer, mas tenham certeza de que há defesas que ganham muito para agir como parte."

Para ler a notícia completa, na Folha Online, clique AQUI

segunda-feira, julho 14, 2008

Artigo: Kichwa Sarayacu e a onda separatista Latino-Americana

O blog recebe e publica artigo do coronel de Engenharia, do Exército Brasileiro, Hiram Reis e Silva:

Kichwa Sarayacu e a onda separatista Latino-Americana

Por Hiram Reis e Silva (*)
Porto Alegre, RS, 14 de julho de 2008


“Nós nos questionamos se um povo pequeno como o nosso pode mudar o mundo. Não pode! Mas nós estamos seguros que dentro de cada coração existe um povo que luta com a mesma força, e assim, mesmo sendo pequeno, nós somos símbolo da potência da vida.” (José Gualinga da comunidade Sarayacu)

- Kichwa

Os Kichwa, originários da região do lago Titicaca, chefiados por Manco Cápac, filho do sol, estabeleceram-se em Cuzco no século XII. Seus sucessores consolidaram o domínio sobre os povos vizinhos criando uma civilização notável, baseada numa monarquia teocrática cuja autoridade máxima era o Imperador (o Inca), aconselhado por um Conselho Imperial. O Império incluía as regiões do atual Equador, o sul da Colômbia, Peru, Bolívia até o noroeste da Argentina e o norte do Chile. Também chamado de Tahuantinsuyo (‘as quatro regiões’) tinha como capital a cidade de Cuzco (‘umbigo do mundo’). Era formado por diversas nações com mais de 700 idiomas diferentes, embora o mais importante fosse o kichwa.

Em 1533, os conquistadores espanhóis executaram o Imperador Atahualpa, impondo o término do vasto império. Apesar de extinta a formação imperial inca, o kichwa, ainda hoje, é a mais importante língua indígena sul-americana, falada por diversos grupos étnicos que totalizam cerca de dez milhões de pessoas na Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia, Equador e Peru, sendo uma das línguas oficiais desses três últimos países.

- Crime contra a Humanidade

A Chevron-Texaco atuou na selva equatoriana até 1992, quando retirou-se da região, após ter provocado uma ‘maré negra terrestre’. Objeto de diversos processos judiciais, a empresa tem usado todos artifícios possíveis, para não ser condenada a arcar com os custos de reparação do desastre ecológico, que, segundo a Frente para a Defesa da Amazônia (FDA), ‘são avaliados em US$ 6 bilhões’. A FDA afirma que a transnacional no período de 26 anos, extraiu mais de 47 milhões de barris de óleo cru, quase 12 milhões de água de formação e queimou ao ar livre cerca de 10 milhões de pés cúbicos de gás. A água de formação, altamente tóxica, era jogada diretamente nos igarapés afluentes do rio Aguarico, que atravessa o território habitado pelas comunidades indígenas Siona e Secoya.

O vazamento de petróleo provocado pela empresa americana, 18 bilhões de galões, foi duas vezes maior do que o desastre da Exxon Valdez e, profanou vasta área de mata virgem, banhados e rios. Como resultado, dos despejos lançados, os indígenas da região apresentam, hoje, uma incidência de câncer 30 vezes maior do que outras comunidades não afetadas pela produção petrolífera. O nível de derivados do petróleo nos rios, de 1999 a 2001, foi de 200 a 300 vezes superior aos limites estabelecidos para o consumo humano. Os indígenas entraram com uma ação na Corte Superior de Nueva Loja, capital da província de Sucumbíos, cobrando uma indenização de 6 milhões de dólares, pelos danos irreversíveis ao ecossistema e à saúde humana

- Os Kichwa e Companhia Geral de Combustíveis (CGC)

O povo indígena Kichwa de Sarayaku, ocupa um território de aproximadamente 140.000 hectares, na província de Pastaza (Equador), coberto na sua quase totalidade pela selva primária. A empresa petrolífera ‘Compañia General de Combustibles’ (CGC) entrou no vale do rio Bobonaza com o apoio do Governo, graças a um acordo firmado em 26 de julho de 1996. Desde então a pequena população indígena dos Sarayacu trava uma disputa com a empresa petrolífera Argentina que adquiriu os direitos de exploração na região conhecida como ‘Bloco 23’. A comunidade Sarayacu, que pertence à Nação Kichwa, com cerca de mil indígenas, defende seu direito de manter a floresta virgem para que não aconteça na sua região desastre similar ao provocado pela Texaco. O conflito se agravou quando uma minoria indígena, cooptada pela CGC, em troca de aproximadamente US$ 200 mil de compensação em obras comunitárias, empunhando armas, atacou lideranças de Sarayacu.

"Ainda temos nossos rios, nossa floresta, nossa biodiversidade e nossos recursos naturais livres da poluição, e cuidamos dessa terra",
afirma uma declaração da comunidade Sarayacu.

A luta dos Kichwa ganhou notoriedade internacional depois de terem expulsado de seu território a empresa petrolífera em nome da preservação do seu meio ambiente e com o propósito de assegurar um desenvolvimento sustentável. A luta fez com que a Comissão e a Corte Interamericana de Direitos Humanos instassem o governo equatoriano a proteger a Integridade do território de Sarayaku. O Governo atual, através de seu representante, o Ministro de Minas e Petróleos, Galo Chiriboga, em visita a Sarayaku, prometeu que o Governo cumprirá as medidas cautelares determinadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. O povo de Sarayaku solicitou, ainda, ao governo a rescisão definitiva do contrato de exploração com a empresa CGC, baseando-se nas inúmeras ilegalidades cometidas pela empresa Argentina.

- Território e autodeterminação

Em outubro de 2003, os índios haviam proclamado seu território como autônomo. O comunicado público foi assinado pelo dirigente indígena Mario Santi, denunciando que “nós, indígenas, levamos muito tempo vivendo e sofrendo os vários modelos de desenvolvimento. Nosso desenvolvimento é para repartir e não para dominar. É para manter nosso mundo e não para mudá-lo”. Para eles a chave para o auto-desenvolvimento é “um território amplo, íntegro e diversificado onde todos, pessoas animais, árvores, rios lagos, nosso deus Amazanga, montanhas, sejam beneficiados”.

"Negar nuestra existencia es un retroceso de 500 años. Estamos muy preocupados ante la reacción del Gobierno que no se define frente a la propuesta de constituir un Estado plurinacional que permita a los pueblos indígenas el pleno ejercicio de sus derechos colectivos”, afirmou José Gualinga.

Este ano, em Paris, José Gualinga, responsável pelas relações internacionais da comunidade indígena Sarayakuna, insistiu na importância de reconhecer juridicamente a diversidade dos povos originários na nova Constituição Equatoriana.

- Constituição do Equador, de 1998

O artigo 23, dispõe, no seu item n° 6, “El derecho a vivir en un ambiente sano, ecológicamente equilibrado y libre de contaminación. La ley establecerá las restricciones al ejercicio de determinados derechos y libertades, para proteger el medio ambiente”.

O artigo 84, no seu item n° 5, assegura que os povos indígenas devem “Ser consultados sobre planes y programas de prospección y explotación de recursos no renovables que se hallen en sus tierras y que puedan afectarlos ambiental o culturalmente; participar en los beneficios que esos proyectos reporten, en cuanto sea posible y recibir indemnizaciones por los perjuicios socio-ambientales que les causen”.

Se a atual Constituição Equatoriana já confere ao Estado a responsabilidade de garantir a qualidade do meio ambiente e reconhece os direitos ancestrais das nações indígenas sobre seus territórios, consideramos que falta apenas ao governo modificar sua visão no que tange à política petrolífera e mineradora.

- Conclusão

Embora os kichwa tenham iniciado uma luta justa contra uma exploração criminosa, por parte dos empresários estrangeiros, de suas terras, observamos que, com o passar dos anos, abraçaram novas idéias como a ‘autodeterminação dos povos indígenas’, uma das principais bandeiras do Movimento Indigenista Internacional. O Movimento possui grandes tentáculos e, na América do sul, são representados, por exemplo, pela ‘Coordinación de los Indígenas de la Cuenca del Amazonas’ (COICA), sediada em Quito, Equador, e sua associada ‘Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira’ (COIAB), com sede em Manaus, que tem como meta fundamental a intensificação dos conflitos fundiários originados por questões indígenas.

O caso Sarayacu nos permite refletir como os governos podem, usando não apenas as leis, mas o bom senso, minimizar conflitos, ouvindo as populações diretamente envolvidas e levando em conta pressupostos ambientais. Mostra a necessidade de que qualquer empreendimento deva ser acompanhado de medidas de preservação do meio ambiente, evitando a erosão, a poluição dos cursos d’água, a recuperação das áreas degradadas e, ainda, permitam o desenvolvimento sustentável das comunidades residentes na área de influência. O mais fantástico, porém, é deixar patente como a luta de uma pequena aldeia, perdida e isolada na selva, é capaz de alterar profundamente as ações de um governo.

(*) Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Rua Dona Eugênia, 1227
Petrópolis - Porto Alegre - RS - 90630 150
Telefone:- (51) 3331 6265
Site: www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br

sábado, julho 12, 2008

Artigo: A perda do grande soldado

O blog publica artigo do colega do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) do Rio de Janeiro, Israel Blajberg:


Gen Div Domingos Ventura Pinto Junior

Veterano da FEB

27 jun 1915 - 12 jul 2007

1 Ano de Falecimento


Israel Blajberg (*)


Há um ano deixou-nos o Grande Soldado, o Presidente do Conselho Nacional das Associações de Ex-Combatentes do Brasil, porém mais que tudo o lutador pela causa dos Veteranos, o companheiro, amigo leal e dedicado.

Para os que tiveram o privilégio de conhecê-lo, é como se a sua figura ainda sobressaísse aqui entre nós, aportando a orientação firme e segura, levantando a bandeira que agora empunhamos.

"Old soldiers never die, they just fade away" - verso famoso de antiga balada da I Guerra Mundial - Velhos Soldados nunca morrem, eles apenas se afastam, distanciando-se lentamente no tempo e no espaço.

Assim é com o saudoso General. Sua memória estará sempre presente.

Nascido no Rio de Janeiro em 27 de junho de 1915, praça de 1º. de março de 1933. Da Turma de 1935 da Escola Militar do Realengo. Elevado ao Generalato em abril de 1965. Passou para a reserva no posto de General-de-Divisão.


Como Capitão na FEB foi Comandante da Companhia de Obuses 105mm do 11o RI (Regimento Tiradentes), embarcando no 1º. escalão para o Teatro de Operações da Itália em 2 de julho de 1944.


Pioneiro no emprego de obuseiros de 105mm pela Infantaria, tendo como adido ao 3º. Grupo de Obuses, Grupo Souza Carvalho, de março a julho de 1944, realizado a aprendizagem técnica e de emprego da Artilharia.


Por determinação do General Zenóbio da Costa, o Capitão Ventura foi incorporado ao 6º RI (Regimento Ipiranga). Alcançou os diversos postos da carreira sempre por merecimento.

Ao retornar da Itália, ainda no transporte Gen Mann, o General Zenóbio da Costa colocou em seu braço esquerdo o primeiro braçal da Polícia do Exército em tempo de paz. Este gesto simbólico marcou o inicio da PE, com sua estruturação conduzida posteriormente pelo Marechal Euclydes Zenóbio da Costa e seu Ajudante-de-ordens, Major Ventura.

A história e a missão da Polícia do Exército Brasileiro se confundem com a vida e o sonho do Marechal Zenóbio, criador da PE e seu fiel seguidor Gen Ventura, que deu continuidade ao seu trabalho, consolidando a Polícia do Exército.


Pela sua participação na 2ª. Guerra Mundial recebeu a Cruz de Combate de 2a Classe; Medalha de Campanha; e Medalha de Guerra. A última condecoração, recebeu-a no Quartel do CPOR/RJ, aos 9 de maio de 2007, a Medalha da Ordem dos Cavaleiros do Esquadrão Tenente Vaz, a primeira concedida.


Autor de obras sobre a FEB e a PE, era Acadêmico Emérito da Academia de Historia Militar Terrestre do Brasil - AHIMTB, 3°. Ocupante da Cadeira 19 – Marechal Mascarenhas de Moraes, tendo tomado posse em 20 de julho de 2002 em tocante cerimônia no 1°. BPE - General Zenóbio da Costa o qual comandou na Contra Revolução de 1964.


Pelo Instituto de Geografia e Historia Militar do Brasil – IGHMB, foi homenageado com o título de Sócio Honorário, em memorável Sessão de 04 de julho de 2006.


Na tradicional sede do Conselho no Palácio Duque de Caxias, comparecia cotidianamente com muita dedicação para o trabalho em prol dos Veteranos, trazendo orientação segura e palavras amigas, sempre com o pensamento voltado para os colegas necessitados, e para a preservação das Associações filiadas, tudo conseguido através de muita luta e sacrifícios.


Pela derradeira ocasião dirigiu com serenidade e determinação a XXXI Convenção Nacional dos Ex-Combatentes do Brasil realizada no Forte Copacabana em 25 de novembro de 2006, onde participaram dezenas de ex-combatentes de diversos estados brasileiros.


Todos sabiam dos esforços que realizava, lutando contra as enfermidades, mas a noção do dever falou mais forte - o Presidente não poderia deixar sós seus Veteranos, afinal essa era a razão da sua existência, os ideais pelos quais pugnava.


Tudo isso cobrou um tributo pesado a sua saúde, preocupando a todos, até que ocorreu o desfecho inevitável, deste herói que num dia distante de 1944, partiu para o desconhecido em defesa da democracia e da liberdade, retornando com a FEB coberta de glórias.


Há um ano atrás, como hoje, custa a crer que nos tenha deixado, mas o fez com a sensação de missão cumprida, como atestam as muitas medalhas merecidamente conquistadas.


Sua falta é muito sentida não só pela família, mas por todos que privaram do seu convívio.

O Homem se foi, mas o exemplo frutificará, do trabalho ingente, da dedicação aos ideais, da preservação e divulgação da memória da atuação dos combatentes brasileiros da 2ª. Guerra Mundial, apoio aos veteranos menos favorecidos, trabalho voluntário, anônimo e humilde.


Aos 92 anos partiu, adentrando o Portal do Paraíso. Foi uma sentida perda para a Família a quem tão carinhosamente se dedicava, seus inúmeros irmãos de armas, amigos e admiradores, a quem lega o exemplo e inestimável lição de vida.


A melhor homenagem que lhe poderemos prestar será manter desfraldada a bandeira a qual dedicou toda a sua rica existência.


Que a sua alma faça parte da corrente da vida eterna.


(*) iblaj@telecom.uff.br

sexta-feira, julho 11, 2008

130 juízes federais protestam contra Gilmar Mendes

Notícia da Folha Online:

Depois dos procuradores se manifestarem contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, agora 130 juízes federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul divulgaram carta de apoio ao juiz federal da 6ª Vara, Fausto Martin De Sanctis, responsável por expedir o pedido de prisão do banqueiro Daniel Dantas.
Sanctis foi acusado nesta sexta-feira por Gilmar Mendes de mandar a Polícia Federal monitorar o gabinete do ministro. No entanto, uma varredura no STF não encontrou escutas no local. Mendes concedeu hoje, pela segunda vez, liminar para suspender a decisão da prisão de Dantas, pedida por Sanctis.

Para ler a notícia completa, na Folha Online, clique AQUI

Vice de Odilon é apresentada a Puccinelli

A candidata a vice-prefeita de Aquidauana, médica Auracélia Barbero (PDT), foi apresentada, na manhã de hoje, ao governador do Mato Grosso do Sul, médico André Puccinelli (PMDB).
O encontro foi na Governadoria, em Campo Grande. Puccinelli havia se reunido com o candidato a prefeito de Aquidauana, Odilon Ribeiro (PDT); e seu irmão, Zelito Ribeiro.
O blog apurou que o encontro serviu para aparar arestas, surgidas no processo de escolha do candidato a prefeito de Aquidauana pelo PMDB, cujo diretório municipal optou pelo nome de Fauzi Suleiman, ex-integrante do PT que disputou a prefeitura em 2000 e 2004.

Presidente do STF determina, novamente, liberdade para Daniel Dantas

O blog publica notícia da Folha Online:

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, acatou hoje a petição apresentada pelos advogados de Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, e concedeu liminar para suspender a decisão da prisão preventiva do banqueiro. Dantas está preso preventivamente desde ontem à tarde por decisão da Justiça Federal em São Paulo.

Para ler a notícia completa, na Folha Online, clique AQUI

Dantas: "Vou contar tudo! Detonar!"

O blog publica, abaixo, reportagem do jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine:

Dantas: "Vou contar tudo! Detonar!"
Reuters
Preso, o banqueiro Daniel Dantas ameaça contar tudo o que sabe sobre a corrupção no Brasil
Preso, o banqueiro Daniel Dantas ameaça contar tudo o que sabe sobre a corrupção no Brasil

Bob Fernandes

Os intestinos do Brasil

Daniel Dantas está numa sala da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Seu advogado, Nélio Machado, está próximo.

Diante do banqueiro, o delegado que coordenou a operação Satiagraha, o homem que o prendeu por duas vezes em 48 horas. São 8 da noite da quinta-feira, 10 de julho.

Outros dois dos presos na operação acabam de ser libertados, habeas corpus do presidente do Supremo, Gilmar Mendes, concedidos ao megainvestidor Naji Nahas e ao ex-prefeito Celso Pitta.

Daniel Dantas parece exausto, rendido, mas não deixou de ser quem é. Obcecado por tudo que foca e toca, brilhante, genial, dizem mesmo os mais empedernidos adversários.

O tempo, pouco tempo, dirá o quanto há de cálculo, quanto há de desabafo no que começa a despejar sobre o delegado Protógenes Queiróz. Primeiro, a senha:

- Eu vou contar tudo! Vou detonar!

Antes ainda, o delegado lhe passa um calhamaço, o relatório das investigações, o fruto de anos de investigações, e diz, na longa conversa informal:

- ...sua grande ruína foi a mídia...você perdeu muito tempo com isso, leia esse capítulo sobre a mídia e entenda porque você está preso...sua defesa começa aqui, com todo o respeito que eu tenho ao seu advogado aqui presente...

Daniel lê, atentamente.

O delegado volta à carga.

- Não continue jogando seus amigos, seus aliados contra mim, isso não vai adiantar nada, como não adiantou...

Daniel, silencioso, parece concordar. O delegado prossegue:

- Se esse jogo continuar, a cada vez serão mais dez anos de prisão... eu tenho pelo menos 5 preventivas contra você, o trabalho do juiz De Sanctis é extraordinário, não há como escapar de novos mandados...e se você insistir agora será com a família toda...serão duzentos anos de prisão...

Silêncio, Protógenes Queiroz fecha o cerco:

- ...vamos fazer um acordo, você me ajuda e eu te ajudo....

Daniel, aquele que é tido e havido como uma mente brilhante, decide. O tempo dirá se cálculo ou rendição:

- Eu vou contar tudo!

Para ler a reportegm completa, do jornalista Bob Fernandes, no Terra Magazine, clique AQUI

ECA completa 18 anos e juiz da infância traça raio X

O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), publicado em dia 13 de julho de 1990, vai completar 18 anos, e segundo análise do juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude, Danilo Burin, o balanço dele é positivo, pois durante esse tempo, apesar das dificuldades encontradas para pôr em prática a garantia dos direitos das crianças e adolescentes, houve muita evolução. Antigamente, o adolescente era internado em qualquer local, mesmo que fosse junto com maiores de idade; hoje, fica em local adequado, somente para eles, e o processo tem um rito especial e de maior agilidade.
Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, há 105 meninos e 10 meninas internados, cumprindo medidas sócio-educativas, e mais 10 meninos na semi-liberdade. Em comum, todos cometeram uma infração penal. O juiz completou seis anos à frente da Vara com competência para os adolescentes em conflito com a lei, e ele traça um raio X sobre o assunto: em geral, os adolescentes têm uma família desestruturada, com pais separados e, muitas vezes, a mãe arruma um companheiro que expulsa o adolescente de casa. Ainda assim, eles têm baixa escolaridade, famílias de baixa renda e falta de emprego.
Nesses anos de trabalho, ligados aos jovens infratores, o magistrado aponta com tristeza que já teve que julgar adolescentes de 12 ou 13 anos pela prática de infrações penais, mas aponta que, mesmo com essa pouca idade, não é difícil encontrar adolescentes no caminho da marginalidade. Na prática, eles são influenciados por outros adolescentes, de idade maior e com mais “experiência”, e até incentivados ou obrigados a ingressar nesse submundo.
Infelizmente os atos infracionais que os jovens têm praticado são assaltos de todas a formas: nisto se compreende levar um simples boné, uma bicicleta, um par de tênis, ou assaltar um ônibus, uma loja, e, na maioria das vezes, fazendo uso de um revólver, faca, ou mesmo uma arma de brinquedo ou até, simulando estar armado.
Uma cena é fato: aparecem muitos pais no gabinete do juiz, entregando os filhos, pois não conseguem mais dominá-los.
Como punição, o juiz dá preferência para internar nas Uneis apenas adolescentes que cometeram infrações mais graves, dando prioridade às medidas em meio aberto, como liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade. Com relação à prestação de serviço à comunidade, o juiz explica que dá preferência para que o adolescente trabalhe o mais próximo de sua casa, para privilegiar que a comunidade saiba que ele está prestando aquele serviço e possa fiscalizar, visto que ele costuma cometer o delito próximo de casa. Os locais escolhidos costumam ser em postos de saúde, na limpeza etc.
Nos dias 26 a 28 de junho, houve um reunião em Brasília, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, com mais de 20 juízes de capitais, com a mesma competência, e foi observado um fato interessante: todos são unânimes pela diminuição do prazo de internação, priorizando as medidas em meio aberto; também se manifestam pela manutenção da idade penal atual, qual seja, nos 18 anos.
Danilo Burin ressalta ainda que trabalhar com adolescentes mudou sua visão de processo e de sentença. “Quando se trabalha com pessoas adultas, uma sentença é mais fácil de ser proferida, mas quando você está perante uma pessoa em formação, com toda uma vida pela frente, certamente com uma personalidade ainda não formada em sua totalidade, apesar de saber o que está fazendo, torna-se mais difícil, pois, com certeza, você vai influenciar violentamente na personalidade dela. O simples fato de se determinar uma internação, é algo tão violento na vida de um jovem que, apesar de tudo o que fizeram, não admitem. Por esta constante convivência com adolescentes nesta condição, você muda e muito a maneira de ver as coisas, de sentir, de proferir uma sentença”, aponta.
As informações são de Priscila Guimarães, da comunicação social do TJMS